Este blog analisa o comércio intra-SADC FTA, bem como o comércio entre os Estados SADC FTA e o resto da África para 2019. Dos países SADC FTA, a Tanzânia é o único país que ainda não relatou seus dados de 2019 necessitando do uso de dados espelhados.

comércio intra-SADC

Em 2019, o comércio FTA intra-SADC representou 23 por cento do seu comércio mundial total e 81 por cento do seu comércio em África. As exportações de FTA intra-SADC totalizaram US$ 29,8 bilhões (queda de 5% em relação a 2018). Os principais produtos (ao nível HS2) comercializados intra-SADC FTA foram óleos leves, energia eléctrica, diamantes, tabaco, minérios de crómio, minérios de níquel, aditivos da indústria alimentar e de bebidas, ouro, veículos de mercadorias, minérios de ferro, ferro-crómio, produtos químicos e preparações, medicamentos, milho, açúcar refinado e minérios de cobre.

Em termos de comércio total (importações + exportações), a África do Sul foi o maior parceiro comercial intra-SADC FTA (representando 45% do total do comércio intra-SADC FTA). A Namíbia ficou em segundo lugar (10%), seguida do Botswana e Moçambique (9% cada), Zimbabwe (8%), Zâmbia (6%) e Eswatini (5%). O comércio de FTA intra-SADC das Seychelles é muito baixo em 0,1 por cento.

A África do Sul foi o maior exportador de FTA intra-SADC – respondendo por 66 por cento das exportações de FTA intra-SADC. Os produtos exportados pela África do Sul para outros países da SADC FTA incluíam óleos leves, energia elétrica, minérios de cromo e minérios de ferro. O Zimbabwe representou 9 por cento das exportações de FTA intra-SADC, a Namíbia 7 por cento, Eswatini 5 por cento e Moçambique 4 por cento. Botswana e Zâmbia exportaram 2% cada; As Maurícias, Tanzânia, Lesoto e Malawi exportaram 1 por cento cada e as respetivas percentagens de exportações intra-SADC de Madagáscar e Seychelles foram de 0,5 por cento e 0,1 por cento.

A África do Sul também responde pela maior parte das importações de FTA intra-SADC – 23 por cento das importações de FTA intra-SADC. As principais importações da África do Sul foram aditivos para a indústria alimentar e de bebidas, ouro, gás natural e energia elétrica e diamantes. Os produtos foram importados com isenção de impostos para a África do Sul.

Botswana importou 15 por cento das importações intra-SADC FTA, Moçambique 14 por cento, Namíbia 13 por cento, Zâmbia 9 por cento, Zimbabwe 8 por cento e Eswatini e Lesotho 5 por cento cada. A Tanzânia, o Malawi e as Maurícias representaram cada um 2 por cento das importações de FTA intra-SADC e o Madagáscar e as Seychelles 1 por cento e 0,3 por cento, respetivamente.

Entre 2018 e 2019, as exportações de FTA intra-SADC diminuíram 5 por cento. Com exceção do Zimbábue, Eswatini e Seychelles, todas as exportações dos estados membros da SADC FTA para a região diminuíram entre 2018 e 2019. As importações intra-SADC para todos os países diminuíram, exceto para Moçambique e Maurício (ver Tabela 1 ).

Tabela 1: Alterações percentuais dos membros da SADC FTA nas exportações e importações intra-SADC FTA entre 2018 e 2019

Fonte: ITC TradeMap (2020) e cálculos tralac

A diminuição das exportações de Madagáscar para a SADC FTA entre 2018 e 2019 foi causada pelos declínios maciços nas exportações de cobalto (-64%), baunilha (-54%) e sulfato de amónio (-24%). As exportações da Zâmbia diminuem devido a reduções maciças nas exportações de cobre (-94%), tabaco (-72%) e bagaço de petróleo (-62%).

As exportações de Eswatini para a SADC FTA aumentaram como resultado de aumentos significativos nas exportações de sucralose (7 627%), reboques de caravanas (7 100%) e alicates (6 900%) e carne bovina congelada (6 700%).

As importações do Zimbabwe da SADC FTA diminuíram entre 2018 e 2019 devido a menores importações de bagaço (-58%), bens de veículos (-30%), preparações para alimentação animal (-24%). A África do Sul experimentou quedas substanciais nas importações de ouro banhado com platina (-67%), gado vivo (-36%) e ouro banhado com platina em formas semimanufaturadas (-22%).

As importações de Moçambique da SADC FTA aumentaram como resultado de um aumento significativo nas importações de minério de ferro não aglomerado (181%) entre 2018 e 2019.

SADC FTA comércio com o resto da África

Em 2019, as exportações e importações da SADC FTA para o resto da África foram avaliadas em US$ 6,9 bilhões e US$ 6,5 bilhões, respectivamente. As exportações representavam 5 por cento do comércio mundial e as importações 4 por cento do comércio mundial. Os países africanos com os quais mais comercializa são Nigéria, RDC, Quênia, Angola e Gana.

Os principais produtos exportados pelos países da SADC FTA para outros países africanos foram cana-de-açúcar em bruto, veículos de mercadorias, ácido sulfúrico, carvão betuminoso, aditivos para a indústria alimentar e de bebidas, polipropileno, produtos de ferro/aço laminados planos, óleos leves, cimento Portland, bem como como produtos e preparações químicas. 31 por cento das exportações da SADC FTA para África foram para a RDC, 12 por cento para o Quénia, 8 por cento para a Nigéria e 7 por cento para Angola. O Quênia importou principalmente ferro e aço (HS2), açúcares e produtos de confeitaria, combustíveis minerais e cosméticos. A Nigéria importou principalmente vidro e vidraria, plásticos e peças de veículos. Angola importou maquinaria geral e eléctrica, autopeças, bebidas, aguardentes e vinagres.

Os principais produtos adquiridos pelos países da SADC FTA de outros países africanos incluem petróleo bruto, cobre, sardinha congelada, óxidos de cobalto, óleos leves, farinha de trigo, medicamentos, cigarros, óleos médios e sabão e produtos orgânicos de superfície ativa. A Nigéria é o principal mercado fornecedor, exportando 54 por cento das importações da SADC FTA do resto da África. Gana exportou 10%, Angola 9%, Quênia 8% e RDC 6%.

Os principais produtos (HS2) fornecidos pela Nigéria à SADC FTA foram combustíveis minerais, estruturas de navios e fertilizantes. Gana forneceu principalmente pedras preciosas, combustíveis minerais e cacau. Angola fornecia combustíveis minerais, pedras preciosas e maquinaria em geral. O Quênia forneceu principalmente maquinário geral, sabão e produtos farmacêuticos.